Após assistir ao filme “Uma longa viagem”, me deparei
com uma grande reflexão sobre o poder do perdão.
Numa trama de guerra e de intensos sofrimentos provocados por torturas, Eric Lomax é um inglês veterano de guerra que é perseguido por seus próprios traumas, sofridos quando foi capturado por japoneses em um trabalho forçado para a construção de uma estrada de ferro.
Apaixonado por trens, ele viaja colecionando memórias e informações sobre as linhas e itinerários, mas não consegue se livrar das lembranças dolorosas de sua juventude.
Sua esposa, inconformada com seu sofrimento, inicia uma busca por explicações e respostas e acaba descobrindo o passado cruel vivido pelo marido. Baseado em fatos reais, anos mais tarde ele reencontra seu torturador e, com ele, a paz de espírito, perdoando e se aproximando afetivamente.
Diante dessa história, me pergunto como uma pessoa é capaz de perdoar seu torturador e ao
mesmo tempo iniciar com ele uma relação de verdadeira amizade? Somos maculados pelo
sentimento de vingança...mas como transformar o ódio em amor? O perdão é
genuíno ou uma enganação do coração?
Estamos em processo de constante evolução e nesse
plano lutamos para nos livrar das amarras dos sentimentos ruins, que nos tomam
por inteiro, nos levam a crer no impossível e nos limitam a paz de espírito.
O perdão é a elevação do coração ao lugar mais sensível e puro, é a consciência
de que aprendemos com os erros e que precisamos de novas chances na vida.
O filme retrata muito bem a evolução da personagem
que só encontra a cura e a paz suprema após perdoar e se libertar dos antigos fantasmas.
Linda a história de alguém que consegue perdoar o outro sem se punir por isso,
sem acreditar que está se traindo.
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