Vida a Dois




Aprendemos desde a nossa infância que somos seres que necessitam compartilhar a sua vivência. Trocamos experiências e expectativas sobre como uma vida a dois é cultuada pela nossa sociedade.

Somos levados a identificar situações que atraiam alguém para dividirmos a nossa biografia. Quando crianças, acreditamos que o melhor caminho para a felicidade é encontrar a nossa “alma gêmea”. E ao longo da nossa história, vamos percebendo que essa procura incessante pelo outro bloqueia o que realmente importa: encontrarmos o nosso eu individual pleno e feliz, para que, após esse encontro, criarmos um vínculo afetivo amoroso saudável.

Chegada a “hora” da escolha, ficamos divididos e nem sempre temos a certeza de que estamos realmente desenvolvendo a melhor alternativa, talvez essa dúvida venha das nossas experiências frustradas de encontrar casais plenamente felizes. Mas, mesmo com todos os enigmas, nossa proclamação se concretiza.

Percebemos que as pressões sociais moldam em muitos momentos as nossas definições e / ou percepções sobre o que realmente importa para sermos felizes. A conquista do matrimonio não deve ser o objetivo principal da nossa existência e sim a constituição de um lar de respeito e amor incondicional.

O convívio a dois requer paciência e muitas concessões. A ideia de uma aliança perfeita é irreal e denota alguns equívocos para aqueles que acreditam nessas premissas. Somos seres imperfeitos e cada um carrega dentro de si uma carga evolutiva individual e familiar que conduz todas as nossas deficiências afetivas. Por esse motivo, torna-se um preceito fundamental a tolerância e percepção de que o individualismo deve ser respeitado e cultuado em cada relação.    

Laços afetivos de sucesso e sem atribulações são raros. Em todos os instantes convivemos com pares que não estão em sintonia e a convivência torna-se um fardo a ser suportado.

Em contrapartida, existem uniões em que os casais estão em perfeita harmonia e essas se tornam uma lição a ser seguida. O amor compartilhado é genuíno e conserva a serenidade entre os envolvidos. Entre os dois existe um laço de amor e compartilhamento de ideais que são fundamentais para estabelecerem esse vínculo. O equilíbrio conquistado pela relação fortalece e enaltece o entusiasmo de estarem juntos.

A relação amorosa é uma caixinha de surpresas e devemos vivê-la conforme sentimos confortáveis e felizes. Não devemos atribuir a nossa felicidade ao companheiro, afinal, uma intimidade se estabelece entre duas pessoas que são únicas e que possuem as suas individualidades. Somos responsáveis pelas nossas ações, e através delas é que realizamos uma convivência de paz e harmonia.      

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