Sempre Juntos

Há pouco escutei uma história sobre pessoas que estão "sempre juntas". Sim, sempre juntas no sentido de fidelidade, lealdade e amizade.

Casamentos bem sucedidos nos dão a sensação de pessoas sempre juntas, coladas em todos os momentos, aparentemente apaixonadas, talvez dependentes.

Mas ao falar em dependência, me ponho a refletir sobre o significado de estar sempre junto. Talvez a união anule um lado individual da pessoa e a torne um apêndice do outro, um anexo inseparável, uma pessoa que não respira sem a outra.

Desejamos isso quando nos casamos, mas raramente entendemos o poder da palavra liberdade. Muitas vezes, na nossa humilde experiência de vida, queremos estar sempre juntos de quem amamos e por vezes decepcionamos o amor, criamos barreiras que antes não existiam e incentivamos desentendimentos novos. A convivência é sim intrínseca ao ser humano, mas deve ser bem conduzida tendo em vista a individualidade e privacidade também necessários à vida.

Talvez estar sempre junto não signifique ausência total de liberdade, mas cumplicidade a tal ponto que um aceite e deposite toda a sua vida nas decisões e nos feitos do outro. E ao mesmo tempo, saber do poder pleno sobre a vida do outro, sobre a felicidade e as conquistas. O estar "sempre juntos" pode ir de um extremo a outro, da anulação obsessiva à independência e maturidade que permitem estar sempre juntos.

Cabe a nós decidirmos darmos significado ao estar sempre junto de outra pessoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário